segunda-feira, 26 de março de 2012

Atenção ao consumo excessivo de chocolate na Páscoa



Missão praticamente impossível encontrar um ser humano que não goste de chocolate. E, com a Páscoa quase chegando, as prateleiras dos supermercados e lojas se enchem das mais deliciosas guloseimas. Para os chocólatras, que não abrem mão da gostosura, especialistas alertam: o consumo excessivo, não só na Páscoa, mas durante todo o ano, pode se tornar um vício e fazer mal à saúde. 

A contadora aposentada Helena Chrispin, 71 anos, é chocólatra assumida e, quando a tentação começa, não tem como parar. "Desde criança sou vidrada em chocolate. Como qualquer um; até o meio amargo desce", revela. A paraibana, que vive em Pernambuco há mais de 50 anos, assume que já até chegou a privar os filhos da guloseima. "Antigamente eu escondia até dos meus filhos. Escondia o chocolate dentro do guarda-roupa e comia depois do almoço". A preferência da contadora é chocolate gelado, mas toma cuidado redobrado: "Mas não posso nem botar na geladeira porque todo mundo come". 

Dona Helena sofre com o vício e só consegue sacrificar a vontade a partir da quarta-feira antes da Paixão de Cristo. "Só nesta época é que eu me sacrifico, mas também, quando chega o domingo, eu tiro todo o atraso", comenta. 

Com o estudante de jornalismo Luis Henrique Charamba, 19 anos, o vício maior é pelo chocolate branco. "Quando eu vejo uma barra do (chocolate) branco na minha frente, é díficil me controlar". Para o jovem, a sorte é que, desde a infância, sua mãe sempre controlava os hábitos da família. "Como desde pequeno adorava chocolate, minha mãe evitava o excesso", afirma. 

O truque do estudante é substituir por algum outro doce. "Nunca é a mesma coisa, mas, quando tenho vontade, tento trocar pelo biscoito ou pelo doce de goiaba". Porém, quando a Páscoa chegar, Luis Henrique vai aproveitar como se fosse sua última chance. "Vou compensar mesmo na Páscoa. Guardarei tudo e comerei durante o dia o máximo que puder", revela. 

A estudante de direito e também formada em nutrição Renata Alencar, 24 anos, aproveita a felicidade de comprar chocolate. "Quando estou muito feliz, vou no supermercado e compro logo três barras. Sou viciadíssima mesmo". A única época em que se absteve da mania foi no período do vestibular, quando passou quase um ano sem comer como promessa para passar nos exames. 

A faculdade de nutrição fez Renata repensar os hábitos. "Não como fritura, nem refrigerante. Tento encaixar a perdição em um horário menos ruim, depois dos exercícios ou do almoço". A gastrite decorrente do nervosimo de concursos e provas, aliada ao consumo excessivo, também contribuiu. "Eu tento agora comer só uma barrinha pequena (100g) por dia", afirma Renata. 

A nutricionista Luciana Mamede alerta que é preciso ter cuidado com os dois lados do chocolate. "Por um lado, a substância age nas endorfinas, causando prazer. Mas também tem em sua composição a cafeína, componente vicioso", explica. Por isso, a busca incessante das pessoas pelo chocolate. 

A dica principal da especialista é preferir as guloseimas menos nocivas à saúde. "Aqueles meio amargos e os que não concentram muito cacau podem até ajudar em várias funções, como a saúde do coração e as taxas do sangue". Já o chocolate ao leite é rico em gordura saturada, possui alto teor calórico e termina não trazendo muitos benefícios. Fuja também daqueles chocolates com muito recheio, repleto de gordura trans. Outra opção é a troca saudável por outros alimentos. "Prefira um picolé de frutas ou um biscoito maizena. Não são os substitutos ideais, mas já ajudam". 

Outro lado ruim do chocolate é a redução no potencial de absorção de algumas substâncias essenciais ao organismo. "Aquele chocolate que você come depois de alguma refeição compromete a absorção de cálcio e ferro", revela a especialista. Além disso, o consumo excessivo pode causar diarreia, problemas digestivos e aumento de peso. "Um tablete por dia (cerca de 15g) por dia já é o suficiente". 

Fonte: NE10

Nenhum comentário: